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Design Thinking e Protótipos na Elicitação de Requisitos

Por: Daniel Abella, Sérgio Pinto e Raphael Lima

(10 jun 2022)

Em relatório publicado pela Standish Group em 2015, o Chaos Report relata que 19% dos projetos na área de Tecnologia da Informação (TI) são um completo fracasso, enquanto que 52% encerram de maneira não esperada, ou seja, com prazos e custos não esperados ou, ainda, não atendem a necessidade do cliente. Ao final, tem-se que apenas 29% dos projetos podem ser considerados bem-sucedidos.

As falhas em um projeto em TI podem estar relacionadas a diversas causas, a exemplo de um Business Case incompleto ou não definido, falhas ou inexistência de gestão de riscos (ameaças e oportunidades), falha ou inexistência no gerenciamento das partes interessadas, falha no processo de comunicação, entre outras causas.

Não menos importante, uma das principais causas pode estar relacionada a falhas no processo de elicitação de requisitos. Os requisitos são basicamente itens que representam a necessidade do cliente final e podem estar categorizados em requisitos funcionais, que são as funções de um sistema, a exemplo de gerenciamento de usuários, e requisitos não funcionais, que definem como o sistema se comportará independente de função específica, a exemplo de itens como desempenho, escalabilidade, segurança.

Essencialmente, em Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI), tem-se uma fase de pesquisa mais ampla quando comparada a outros projetos em face à incerteza nos requisitos, que culmina em uma série de riscos a serem gerenciados. Como forma de mitigar os riscos, uma metodologia que aplicamos é Design Thinking, que apoia o desenvolvimento de produtos e serviços focados nas necessidades, anseios e limitações das empresas parceiras.

Processos de Design Thinking

Dentro deste contexto, uma das técnicas utilizadas no VIRTUS em projetos que envolvem software é o uso de prototipação alinhada a práticas de Design Thinking, desde as etapas iniciais como forma de descoberta, entendimento e alinhamento das reais necessidades da empresa parceira. Sendo assim, se torna possível compreender de forma mais eficaz quais as necessidades da empresa parceira e quais as possíveis soluções para atender as necessidades

Em estágios iniciais de um projeto no VIRTUS, durante o processo de elicitação de requisitos, é realizada a definição das Personas, que representam potenciais usuários da solução em desenvolvimento. Uma vez definidas as Personas e obtidas as primeiras necessidades do usuário final, traduzimos as necessidades deste usuário em protótipos visuais que podem ser de alta ou baixa fidelidade.

Um protótipo em alta fidelidade significa que o resultado final esperado no projeto será bem próximo ao protótipo, em termos de interações, efeitos visuais, disposição dos elementos e principalmente, funcionalidades. Já os protótipos em baixa fidelidade não possuem tamanha aproximação com o resultado final em termos de interface e interação, mantendo o foco em funcionalidades (requisitos funcionais), distribuição e disposição dos elementos na interface. Exemplos dos dois tipos de protótipos são apresentados na imagem a seguir.

Protótipos de baixa e alta fidelidade (Fonte: Justinmind)

Adotamos os protótipos de baixa fidelidade quando necessitamos exclusivamente definir os requisitos gerais do projeto. Por outro lado, quando a necessidade é mais ampla, adotamos protótipos de alta fidelidade, que reduz significativamente o risco do desenvolvimento de itens em desacordo com as necessidades do usuário final.

Com a adoção de práticas de elicitação de requisitos e Design Thinking, além do efetivo envolvimento das partes interessadas, os requisitos funcionais podem ser mais facilmente definidos e eventuais mudanças ou indefinições antecipadas, de modo a aumentar o potencial de sucesso do projeto.

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